Contudo, o alvoroço provocado pelo público carioca foi de tal amplitude, que o filme teve que se manter em cartaz mais alguns dias, conforme noticiado pelo jornal Correio da Manhã: «Cinema Central – Hoje – obrigados pelo povo soberano – hoje. Depois de ter remetido os anúncios para os jornais, relativos à mudança do nosso programa, o povo: o generoso povo desta Capital, nos exigiu que conservássemos no nosso cartaz o prodigioso filme, que tanto entusiasmo e ardor, vem despertando na gloriosa colónia portuguesa: “A Rosa do Adro”. E nós, escravos do público, de cujo bafejo vivemos, prontamente atendemos ao pedido e, seguimos a nossa carreira de triunfos com esse filme encantador e sentimental, que representa um pedaço da alma lusitana. E não podia ser diversamente, porque a policia que ontem esteve de serviço diante das nossas portas, só conseguia conter aquela enorme cadeia de gente, mediante o prestígio da lei e não da força, pois que o povo sempre ordeiro e pacato, sujeitava-se, na esperança de na sessão seguinte lograr um bilhete, às injunções das autoridades policiais que foram de uma cordura e solicitude a toda a prova. Visando, pois o povo e os mantenedores da ordem aqui lhes apresentamos as nossas homenagens, e, para compensar aqueles que houveram por bem retirar-se diante daquela montanha humana, desesperançados de ver o filme, aqui repetimos no nosso programa: “A Rosa do Adro”, para que seja vista apreciada e revista ainda por muitos que ainda o almejam, pois que é a produção portuguesa, posada por artistas portugueses, que trás para a tela os costumes e as tradições da grande pátria de Camões. Hoje, amanhã e depois – “A Rosa do Adro” – porque o povo assim quer, porque o povo assim ordena, porque ao povo assim apraz.»
O triunfo foi tal, que entre os dias 23 e 25, o filme foi projetado no Cinema Central bem como no Cinema Paris, dando assim a oportunidade a que muitos mais pudessem apreciar este belo filme. Entre os dias 26 e 28 continuava a ser projetado no cinema Paris.
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