Em finais de 1919, mais precisamente a 29 de dezembro, mais um filme da Invicta filme fazia a sua estreia no Brasil. Era o caso do filme «As Aventuras do Frei Bonifácio», baseado num conto de Júlio Dantas e realizado pelo francês George Pallu em 1918. O elenco era composto pelos atores Duarte Silva e Maria das Neves nos principais papéis.
A crítica brasileira anunciava: «Dois atos de finíssima verve, que descrevem ao vivo uma anedota do eminente poeta luso, Júlio Dantas, passada em Portugal e interpretada por portugueses, que emprestam ao magnífico trabalho a vivacidade e o humorismo que os seus episódios exigem, mantendo na plateia interesse e fazendo brotar em todos os lábios não somente o riso, mas sim a mais franca gargalhada. Lembrai-vos que é a Invicta Film a fábrica produtora, a mesma que confecionou a “Rosa do Adro”, o que garante o pleno sucesso de “As Aventuras do Frei Bonifácio”.
O Jornal do Brasil de 19 de dezembro de 1919 noticiava: «Mais um excelente trabalho cinematográfico da fábrica portuguesa Invicta Film, do Porto, oferece hoje o luxuoso cinema Central à sua distinta clientela. Trata-se de uma interessante produção literária de Júlio Dantas, intitulada “As Aventuras de Frei Bonifácio”, transportada para a tela pela fábrica portuguesa que tanto êxito obteve com “A Rosa do Adro” e trabalhada por artistas de valor e cuja ação se desenrola em derredor da anedota popularíssima daquele laureado escritor português.»
Como complemento do filme, uma vez que se tratava de um filme de média duração, era projetado o filme «O Segredo da Abadia”. Depois de vários dias em exibição no cinema Central, «As Aventuras do Frei Bonifácio» transitaria para o cinema Paris.
O Jornal de 29 de dezembro de 1919 dizia: «É mais um filme de sensação. Posado pelos artistas portugueses que interpretaram “A Rosa do Adro”, “As Aventuras de Frei Bonifácio” é uma interessante pelicula da “Invicta Filme”, do Porto, a demonstrar o esforço português na cinematografia. (…) O programa do Cinema Central se integra com um filme português trabalhado pelos artistas portugueses, em derredor de assunto português. Como “A Rosa do Adro” é ele vindo da “Invicta Filme Limitada”. “As Aventuras de Frei Bonifácio” é o seu nome. Seu autor é Júlio Dantas. O seu destino é fazer rir, gostosamente, confirmando a afirmativa de Rabelais, que aconselhava ao mundo: ride, ride, porque o riso é próprio do homem. (…) O entrecho está disposto com tal arte, que todos rirão irresistivelmente.»
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