«O Comissário de Polícia»

Para dar continuidade aos trabalhos da Invicta Film, foi escolhido transpor para a tela, uma peça de teatro de grande êxito, «O Comissário de Polícia», obra satírica de Gervásio Lobato, que no palco granjeara grande êxito.

O elenco, composto pelos atores Rafael Marques (Pigmalião Sereno, o Comissário de Polícia), Duarte Silva (Conselheiro Faustino), Maria Campos (D. Maria), Deolinda Sayal (Mulher do Comissário), Adolfo Quaresma (Melchior) e Emília de Abreu (D. Vicência), tinha como base a comédia teatral com o mesmo nome da autoria de Gervásio Lobato. A realização cabia uma vez mais a George Pallu.

Em Portugal, o filme estreou no Porto a 27 de novembro de 1919 e em Lisboa a 2 de fevereiro do ano seguinte. Em 19 de janeiro de 1921, fazia a sua estreia no Rio de Janeiro.

Os jornais anunciavam: «“Comissário de Polícia” do saudoso Gervásio Lobato é a graça genuinamente portuguesa, esfusiante e sem escabrosidades, preparando situações de um cómico irresistível, ridicularizando tipos e costumes da época que, pelo seu ridículo, mereciam ser estigmatizados. É uma engraçadíssima comédia em cinco partes que vos proporcionará hora e meia de franca alegria e gargalhada.»

Alguns jornais afirmavam: «Hoje, uma obra genial da literatura portuguesa, filmada por uma fábrica portuguesa, interpretada por artistas portugueses. Um filme que vem falar ao coração português como um lenitivo da pátria distante: “O Comissário de Polícia”, hilariante comédia em 7 atos, original do saudoso comediógrafo Gervásio Lobato.» Outros anunciavam: «Se no palco, o inigualável Pigmalião (o Comissário), o Conselheiro Faustino, sua esposa ranzinza, a viúva do Carneiro, a Glória e o Bernardo faziam rir, na tela aumenta a sua graça, tal a naturalidade que lhe empresta o brilhante núcleo de artistas portugueses encarregados de os fazer viver. Notável trabalho de Rafael Marques, Duarte Silva e outros.»

O Correio da Manhã no dia a seguir ao da estreia declarava: «Sucesso colossal. Os salões do Cinema Central regurgitavam ontem com a afluência de público que ávido desejou assistir à obra genial da literatura portuguesa, filmado por uma fábrica portuguesa, interpretada por artistas portugueses. Um filme que vem falar ao coração português como um lenitivo da pátria distante.»

Dois dias depois voltava a declarar: «Um sucesso sem precedentes nos fastos da cinematografia. Enchentes colossais.»

O sucesso foi de tal ordem, que o Cinema Central viu-se obrigado a manter por mais um dia o filme em cartaz. Em São Paulo, o filme estreia a 23 de abril de 1921 no cinema São Pedro.





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