BRUNILDE JÚDICE - 2ª PARTE

 


Em 1934 permanece dois meses na Companhia Rey Colaborares Monteiro, com a qual participou nas peças Gladiadores, O mestre, O mata-moiros e A serpente, no palco do Teatro Nacional D. Maria II, ao lado de célebres vultos da cena portuguesa como Alves da Cunha, Palmira Bastos, Amélia Rey Colaço, Robles Monteiro, Álvaro Benamor, João Villaret, Maria Lalande, Raul de Carvalho e Emília de Oliveira.

Em 1935, participa ainda na peça A culpa é do Bibi, em cena de 26 de janeiro a 4 de março no Teatro da Trindade, Teatro Carlos Alberto do Porto e Teatro Avenida. Abandona a cena por três anos, regressando em junho de 1938 para representar a peça A conquista de Lisboa aos mouros, no Coliseu dos Recreios. Em março de 1939 é escriturada na Companhia Teatral Portuguesa, na qual permanece até julho de 1940, representando O sacrificado, Maria Madalena, A vida é assim, Consciência, Faustino Lda., Capicua, Pai Simão, O imbecil, O milionário vagabundo, Colombina e o telefone, O carro do Jacinto, A hora do dinheiro, O cúmplice, Gente bem e Quero viver!

Em setembro de 1942 fundou com o seu companheiro Alves da Costa, a Companhia Brunilde Júdice-Alves da Costa, que funcionou até julho de 1945 e com a qual se representaram as peças A minha mulher é um homem, A mulher mascarada, O fruto proibido, Recompensa, A malvada e Se amas, obedece. A partir desta data passa por várias companhias, como a Companhia de Comédias Vasco Santana, Teatro D'Arte de Lisboa, Empresa Vasco Morgado, Empresa Azinhal Abelho, Companhia Nacional de Teatro, entre outras. Ficaram célebres os seus desempenhos nas peças A mulher mascarada, A mulher legítima, Amor de Perdição, Ternura, Uma mulher sem importância, Noite nupcial, Marido de minha mulher, Tua vida não me importa, Eu sou a outra, Asas, Fruto proibido, Recompensa, Rosa de Alfama, Paris, Mentira, O imbecil, O cúmplice, A luz do gás, Arsénico e rendas velhas, etc.

A atriz casou a 31 de dezembro de 1949, em Lisboa, com o ator Alves da Costa, com quem vivia há vários anos e de quem tinha já uma filha, a poetisa Ada Matilde Emília Júdice Alves da Costa, mais conhecida por Ada Júdice.

Regressou ao cinema na década de 40, tendo participado em três filmes: Ladrão, Precisa-se!… (1946), de Jorge Brum do Canto, Amanhã Como Hoje (1948), de Mariano Pombo e Ribatejo (1949), de Henrique Campos. Na década de 50 participou em mais dois filmes: O Cerro dos Enforcados (1954), de Fernando Garcia e Quando o Mar Galgou a Terra (1954), de Henrique Campos.

Ao longo da sua carreira de quase 50 anos, representou cerca de 520 peças. Durante os últimos anos atuou nos Teatros da Trindade, Avenida, Monumental e Experimental de Cascais. Trabalhou também para a Emissora Nacional e para a RTP, participando em vários telefilmes e numa minissérie.

Em 1962 foi galardoada com o Prémio Lucinda Simões, do SNI e, a 12 de dezembro de 1964, foi-lhe prestada uma homenagem em cena aberta no Teatro da Trindade, sendo agraciada com o grau de Oficial da Ordem Militar de Santiago da Espada.

Representou pela última vez no papel de "Florence" da peça O jovem mentiroso, que inaugurou o Teatro Laura Alves a 31 de dezembro de 1968, tendo por companheiros de cena Ruy de Carvalho, Manuela Maria, Guida Maria, Benjamim Falcão, Célia de Sousa, Fernanda de Figueiredo e Vasco Morgado Júnior. Participou ainda em mais um filme: Traição Inverosímil (1971), de Augusto Fraga.

Após o falecimento de seu marido em 1971, confinou-se a um isolamento total, agravado pelo posterior falecimento de sua filha Ada, em 1974.

Brunilde Júdice faleceu na manhã de 31 de dezembro de 1979, na sua residência, terceiro esquerdo do número 93 da Rua Rodrigo da Fonseca, freguesia de São Mamede, em Lisboa, vitimada por um acidente vascular cerebral, aos 81 anos de idade. Encontra-se sepultada no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa.


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