ANTÓNIO SILVA - 3ª PARTE



Após algumas participações em filmes mudos nas décadas de 1910 e 1920, faz a sua grande estreia cinematográfica no filme A Canção de Lisboa (1933), de Cottinelli Telmo, onde representou o personagem "Alfaiate Caetano Costa", que lhe proporciona uma grande projeção nacional, firmando a sua popularidade e engenho como ator. A participação em longas-metragens de sucesso e a interpretação que faz de personagens cómicas em mais de 30 películas, consagram-no como um dos melhores e mais célebres atores portugueses do século XX e uma das figuras principais da época de ouro do Cinema Português. Alguns dos seus maiores sucessos foram As Pupilas do Senhor Reitor (1935), de Leitão de Barros, onde representou "João da Esquina", O Pátio das Cantigas (1942), de Ribeirinho, onde representou "Evaristo", ficando nacionalmente célebre a fala: "Ó Evaristo, tens cá disto?", O Costa do Castelo (1943), de Arthur Duarte, onde representou "Simplício Costa", Amor de Perdição (1943), de António Lopes Ribeiro, onde representou "João da Cruz", A Menina da Rádio (1944), de Arthur Duarte, onde representou "Cipriano Lopes", A Vizinha do Lado (1945), de António Lopes Ribeiro, onde representou "Saraiva", Camões (1946), de Leitão de Barros, onde representou "Cabo dos Meirinhos", O Leão da Estrela (1947), de Arthur Duarte, onde representou "Anastácio", Fado, História d'Uma Cantadeira (1947), de Perdigão Queiroga, onde representou "Chico Fadista", O Grande Elias (1950), de Arthur Duarte, onde representou "Elias", entre muitos outros. António Silva fez também teatro radiofónico na Rádio Clube Português, ao lado da esposa e de outras figuras como Rogério PauloPaulo RenatoIsabel WolmarCarmen DoloresLaura Alves e Álvaro Benamor. Na televisão, participou em algumas sériestelefilmes e teleteatro na década de 1960, como Cruzeiro de FériasHistórias Simples da Gente Cá do Meu BairroUma História por SemanaRiso e Ritmo e Melodias de SempreFoi agraciado com os graus de Oficial da Ordem de Benemerência, a 5 de outubro de 1936 e de Oficial da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, a 4 de novembro de 1966. Em 1944, recebeu o prémio para melhor ator atribuído pelo Secretariado Nacional da Informação, pelo seu desempenho no personagem de "Cipriano Lopes" no filme A Menina da Rádio. Recebeu ainda a Medalha de Prata do Teatro Nacional D. Maria II e a Medalha de Mérito Municipal, em 1967
Apesar de oficialmente reformado desde 1966, fez algumas participações na televisão e realizou uma programa de caráter biográfico sobre a vida e carreira, constituído por testemunho do próprio e de vários atores e realizadores que privaram com o ator e ilustrado pelos filmes que marcaram a sua carreira de ator, estreado na RTP a 23 de dezembro de 1968. António Silva passava os verões na Praia das Maçãs, seu local privilegiado de férias. Despediu-se dos palcos com a revista Mulheres à vista, de Paulo da Fonseca, César de Oliveira e Rogério Bracinha, em cena no Teatro ABC do Parque Mayer em outubro de 1967, onde atuou ao lado de Ivone Silva, Aida Baptista, Beatriz da Conceição e Humberto Madeira. António Silva faleceu no rés-do-chão direito do número 3 da Rua Fialho de Almeida, freguesia de São Sebastião da Pedreira, em Lisboa, onde residia, a 3 de março de 1971, aos 84 anos de idade, vítima de trombose cerebral. Encontra-se sepultado em jazigo municipal no Cemitério dos Prazeres, em Lisboa, perto do jazigo da atriz Laura Alves. Foi homenageado na nomeação do Auditório Municipal António Silva, inaugurado em março de 2003, na freguesia de Cacém, concelho de Sintra.

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