DINA TEREZA

 


Nasceu em Oliveira do Douro, no Porto, em 1902, batizada como Dina Moreira. Veio de uma família humilde. O pai era um modesto pintor e a mãe, costureira. Ao todo, tinham dez filhos. Porém, aos quatro anos de idade, Dina foi adotada por uma senhora inglesa, residente da cidade de Porto, que criou e educou a menina até os treze anos. Aprendeu a ler, escrever e, inclusive, a falar inglês e francês. 

Com a morte de sua benfeitora, Dina volta para a casa de seus pais. No entanto, já se sentia seduzida pelo teatro. E por isso, fugiu de casa ainda jovem e foi até o teatro Águia Douro, onde pediu a um empresário que a deixasse fazer parte da companhia. Assim, iniciou sua carreira.

Seu sonho era ser bailarina, mas teria que se submeter a uma intervenção cirúrgica para isso. Resolveu então, desistir da dança. Trabalhou muito tempo no teatro como atriz e cantora de fados, participando de várias peças de grande sucesso.

Em 1930, participou e ganhou um concurso organizado pelo Diário de Lisboa, para a escolha da protagonista do filme “A Severa”. O filme, baseado na obra de Júlio Dantas, com a realização de Leitão de Barros, conquistou enorme sucesso tanto em Portugal como no Brasil, onde esteve em cartaz por muitos meses. 

Em 1933, Dina Teresa cruzou o Atlântico e realizou uma turnê artística pelo Brasil, sendo recebida por milhares de fãs e apresentando-se para as plateias paulistas e cariocas.

No cinema português, ainda atuou em outro filme, chamado “Varanda dos Rouxinóis”, também realizado por Leitão de Barros. Ao longo dos anos, participou de diversas operetas e esteve presente em muitas revistas como “O Canto da Cigarra” e “Nobre Povo”.

Na década de 1940, se casou e mudou-se para a África. Mas com o fim do casamento, retornou a Portugal onde continuou com a carreira. Até que em 1951 resolveu voltar ao Brasil, onde permaneceu em residência fixa. Cantou fados em diversos restaurantes típicos em São Paulo e Rio de Janeiro. Sua fama em “A Severa” a tornou uma artista de referência e todos a reconheciam. Também integrou o elenco da revista brasileira “Pau de Arara”.

Um fato curioso, é que Dina Teresa recebeu uma homenagem inusitada. O proprietário da confeitaria Casa Cavé (a mais antiga confeitaria do Rio de Janeiro), criou o “Sorvete Dina Teresa”, que era servido em uma generosa taça de cristal com sorvete de creme, chantilly azedinho e fios de ovos. A propósito, esse sorvete ainda faz parte do cardápio da Casa Cavé atualmente.

Em 1966, apresentou-se na Rádio Vera Cruz e na TV-Rio, cantando os fados presentes no filme que a deixaram famosa. 

Por mais de 20 anos, Dina Teresa morou no Sítio Rosário, sua propriedade em Poá, interior de São Paulo. Sua vida era permeada pelas lembranças da carreira artística e pelo afeto de afilhados e vizinhos. Guardava consigo uma guitarra que ganhou em 1931, pelo Marquês de Lavradio. 

Em 7 de abril de 1984, a grande atriz e fadista faleceu aos 82 anos e foi enterrada no cemitério local. 

Seu nome foi dado a uma praça na freguesia de Oliveira do Douro, sua terra natal, como forma de homenagear a artista que encantou portugueses e brasileiros. 

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